Estrada da vida I

Ando numa estrada sem fim. Olho para o horizonte, nada vejo.
Ando, ando, ando e parece que não saio do mesmo sítio.
Onde é que eu estou? Será isto o inferno?
Não, não pode ser. O inferno não teria tão bela paisagem. Arvores arqueadas de um lado e doutro da estrada formando um arco por cima de mim.
Onde é que eu estou? Será isto, isto então, o paraíso?
Não, o paraíso não teria tamanha crueldade.

Mas que sítio é este?
Onde estou eu afinal?

Salto, mas não saio do mesmo sítio, é como se estivesse colado ao chão, como se eu e a estrada fossemos um, mas isso era impossível porque sou feito de pele, músculos e ossos, enquanto a estrada é feita de gravilha e petróleo. Mas… a não ser que eu esteja num local onde toda a matéria se torna igual, independentemente da sua origem, ou material?

Mas que sítio é este?
Onde estou eu afinal?

Será a finalidade disto, eu desistir? Ou será que tenho de lutar até morrer, ou será… para quê preocupar me com perguntas na qual não obterei resposta. Eis então a questão: porquê viver, se não sabemos o que estamos a fazer na terra? Teremos todos, uma missão ou seremos todos, uma peça de xadrez, a ser jogada conforme a estratégia utilizada?... Mais uma vez gasto forças a fazer me perguntas na qual não terei resposta.

CHEGA.

Chega de perguntas idiotas que não levam a lado nenhum.
Chega de lamúrias, quando só estou é a desperdiçar energias. Chega.
Vou ficar mesmo onde estou, á espera do juízo final, no dia em que ele chegar recebê-lo-ei de braços abertos, porque se realmente assim for, é porque somos mesmo umas peças de xadrez.
Continua…....

Sermão aos governantes

Vós, governantes deste País, que ditais as leis, ordenando que nós, povo deste mesmo País, as cumpramos, quando sois vós os primeiros a quebrá-las, sabeis também que não nos devemos comprometer, e prometer algo que, à partida, mais tarde não poderemos cumprir e vós, mais uma vez, sois os primeiros a quebrá-las. Vós também legislais leis, para mais tarde voltar atrás com a palavra, quebrando o significado das mesmas…

Comecemos então pelo primeiro ponto de que vos falei. Referia-me concretamente, mas não só, a esta nova lei do tabaco.
Vós sentis-vos prejudicados com algo, e o que fazeis? Nova lei. Para o bem da sociedade portuguesa, segundo vós, proibis todos os fumadores de fumar em estabelecimentos fechados com menos de 100 m2, como, por exemplo, bares, discotecas, casinos, e sublinho casinos. Porque sublinho? Porque podemos chamar-lhes “ os fiscais de serviço ao governo”. Não é mesmo isso que eles são, que andam por aí a fiscalizar tudo, passando coimas exorbitantes, quando o próprio presidente, dos mesmos, é “apanhado”, a fumar o seu charuto enquanto joga no casino Lisboa. Quereis vós que cumpramos as leis? Nesta situação, que fazeis vós? Recuais na vossa palavra, permitindo fumar-se em casinos e discotecas. Isto, sim, é comandar um país. Isto é governar com garra!
Vós, senhores altivos, que com grande poder, quereis mais segurança rodoviária e colocais agentes da autoridade a passar coimas elevadas, segundo o código de estrada! Passo a citar:

“ Contra – Ordenação Leve: 30 a 150 euros
Contra – Ordenação Grave: 120 a 600 euros ou inibição de conduzir de um mês a um ano.
Contra – Ordenação Muito Grave: 250 a 1.250 euros ou inibição de conduzir de dois meses a dois anos.

Álcool – Grave (até 0.5 gram/ lt de sangue): 250 a 1.250 euros ou um mês a um ano sem conduzir
Muito Grave (até 1.20 gram/ lt de sangue): 500 a 2.500 euros ou dois meses a dois anos sem conduzir.
Crime (de 1.8 gram/ lt de sangue): prisão um mês a um ano ou multa até 120 dias e 3 meses a 3 anos sem conduzir. “

Eu compreendo que seja para o nosso bem, mas eis o que acontece: nós não temos nem dinheiro par apagar o chamado IRS e ainda nos obrigais a pagar estas coimas (partindo do suposto que os agentes por muito leve que seja a contra – ordenação gostam de ser amistosos).
Quereis vós que este país avance? Acho que é difícil remando todos para lados diferentes.

Vós tambem prometeis que moveis mundos e fundos, e, quanto a, isso, nada! Ah, esperai. Permitam-me que recue na minha palavra, visto que vós tambem o podeis fazer. Vós cumpris, sim, com uma das vossas promessas, relativamente aos fundos. Vós moveis os nossos fundos para outro lado… ou seja, numa palavra vós sois, uns CORRUPTOS, com letra grande. Perguntais porque é que nós vos chamamos corruptos, com grande ingenuidade. Bem, apesar de corruptos ser uma palavra muito forte peço desculpa, fui muito rude, permiti que volte atrás na palavra, vós não sois corruptos, apenas usufruís do poder que, ignorantemente, e seguindo as vossas campanhas, vos damos. Mas onde irá parar esse dinheiro que nos tirais? Sim, porque, mais uma vez, prometeis com isso melhorar o país e, resultados, só os da bola, e voltamos a tocar no assunto corrupção.
Esta, e outras perguntas aqui feitas, gostaria que obtivessem resposta.

Em relação à corrupção, acho que tenho um certo pudor. É um assunto muito pouco falado e sem argumentos. Não. Para quê enganar-me a mim mesmo? Será que a corrupção está na moda? É que, se assim for, tenho de pesquisar, pois gosto de estar actualizado, na moda…

Permiti uma coisa. Tenho estado a tratar-vos por vós, mas, visto que somos todos iguais, nem os próprios governantes marcam a diferença, passarei a tratar vos mais familiarmente.

A corrupção, dizem ser um negócio com lucro. Dá rendimento. Dá tambem prisão. Mas isso já não acontece se for feito por alguém de “alto nível”, não é assim? Mas, como é óbvio, a isto não obterei resposta, visto que também vocês a praticam.

Lembro-me agora que este sermão será mais um dos tantos papéis armazenados nas vossas mesas, no qual nem passarão os olhos, ou então será deitado fora com o maior desprezo. Se assim for é porque vocês também não merecem qualquer respeito da minha parte.

"Só duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana, e só tenho dúvidas quanto ao universo." Albert Einstein

Espero que vocês, ao lerem isto, se lembrem que o país não faz o povo, o povo é que faz o país, por isso, não se esqueçam que, para chegarmos até aqui, tivemos de crescer juntos e sermos honestos, mas o que vejo é que cada dia a tendência para piorar é maior…

O resto é conversa.