Flor de lotos

Acto I

Genebra
Morte. Será o destino de todos nós, apesar dos actos feitos neste imundo planeta que se degrada aos poucos, tal como uma vida. Todos nós sabemos que um dia vamos morrer, não sabemos é quando e de que maneira. Talvez um crime, um pecado, um acto falhado seja a razão para sermos julgados à morte. Também a própria defesa nos pode levar a cometer morte. Matei. Sim matei, mas matei em minha próprio defesa. E agora, agora terei de pagar por isso. (entram duas pessoas desconhecidas e levam-na para fora da sala) .......
Autor: Bruno Petrus

It's never going to happen again

Como os outros, um dia como os outros.
Era noite, estava fora de casa como era habitual nas férias, quando ao entrar na minha rua, já a caminho de casa, vi-te sentada a chorar. Não te conhecia. Algo em ti me atraiu quando por ti passei. Parei. Voltei-me. Sentei-me a teu lado. muitas coisas me vieram à cabeça. Algo tinha de te dizer. Uma delas saiu-me: "Pensa apenas nas coisas boas da vida". Paraste de soluçar. tiraste as mãos da cara. Os teus olhos cintilaram nos meus. Azul-claro, a cor dos teus olhos. Redondo, o teu rosto. Castanho-claro, o teu cabelo. Bela, tu eras bela. Abraçaste-te ao meu pescoço e continuaste a chorar mas desta vez notava-se que o choro já não mostrava solidão. Acalmaste. Apresentei-me. “Bruno”, disse eu. Limpaste as ultimas lágrimas do rosto. Sorriste, belo e grande era o teu sorriso. Atiraste-te outra vez ao meu pescoço, mas agora já não choravas, mas sim rias. Levantaste-te. Agarraste-me na mão. Levantaste-me. Andamos. Olhei para ti. Tu para mim. Sorrimos. Continuamos. Chegamos a porta de minha casa.
Queria te levar até a tua, mas nada disse.
Ficamos parados à porta da minha casa.
Deste-me um beijo no rosto.
Foste-te embora.
Vi-te desaparecer ao longe.
Deixei de te ver...