Tu, e só Tu

Porque é que me levaste contigo?
Saíste de ao pé de mim, desapareceste.
Depois de tudo o que já tínhamos passado juntos, tu foste embora. Levaste-me contigo, levaste-me, não sei para onde, sei que foi para longe. Voltarás?

Aquele autocarro, nunca, mais voltou a ser o mesmo.
Aquela paragem, onde tu entravas todos os dias, deixou de ser a mesma, aquele café onde lanchávamos todos os dias deixou de ser o mesmo.
Tudo mudou.
Tinha-te visto pela primeira vez à um ano atrás, quando andei tambem pela primeira vez naquela autocarro, e tu, entraste na tua paragem. Não precisei de levantar a cabeça para te ver, a tua presença, tomou conta de mim, deixei-me levar. Nesse dia estavas linda, como sempre tiveste. À tarde encontrei-te na esplanada daquele café, apesar das distâncias das mesas, eu via-te.
Isto foi assim durante um ano, até que precisamente um ano depois, no dia 13 de Agosto, à tarde no autocarro à vinda para casa, tu sentaste-te ao meu lado beijaste-me o rosto e disseste "Quem me dera que pudesse ver o quanto o admiro". E nunca mais te senti, a entrares naquela paragem. Nunca mais te senti naquela mesa da esplanada daquele café. Só penso se voltarás a entrar naquela paragem, se voltarás àquela mesa na esplanada daquele café. Se m voltarás a trazer-me.

Sim, será

Será?
Será que vens?
Será que me conheces?
Será que me queres?
Será que me sentes?

Será?
Será que te amo?
Será que existo?
Será que preciso de ti?

Será?

Sim, será, tu nunca virás, tu não me amas, tu não me conheces, tu não me queres e tu não me sentes. Porquê? Porque eu não te amo, porque eu não existo, porque eu preciso de ti.

Imaginação

Oiço-te na minha cabeça parece que estás aqui ao lado mas não, é apenas a tua voz na minha cabeça. Sinto a tua falta. Acho que me apaixonei por ti, mas será mesmo?
Passo a vida a pensar em ti, a imaginar-te, a ouvir a tua voz, quando na verdade nem sequer existes.
Porquê? Porque é que te criei?
Talvez porque tenha falta de alguém, de algo.
Oh, se soubesses como é bela a tua voz, o teu corpo, mas não sabes, porque não existes.
Tenho 80 anos, e nunca me casei, nunca soube o que era tocar nos teus lábios. Nunca soube o que era sentir-te. Assim morro sem mais nenhuma palavra para falar sobre mim.

Adeus

Ser ou Não Ser?

Vivo para saber que vou morrer. Ás vezes, dou por mim a pensar “Porque vivemos se a vida nos está sempre a pregar partidas e muitas delas não superamos?”, surgem respostas, mas com elas mais problemas. Fico confuso, a minha cabeça começa a doer. Começo a chorar. O tempo passa e eu ando de um lado para o outro, a chorar, com dores de cabeça. Ninguém me pode ajudar. Não sei o que fazer, tento esquecer mas não consigo. Caio na cama, fixo um ponto no tecto. Percebo que não vale a pena andar de um lado para o outro, quando os problemas continuam a surgir. Tenho de me acalmar e resolve-los. Paro de chorar. Fico imóvel. Oiço o silêncio. É belo. Estou sozinho. Os problemas retornaram à minha cabeça mas desta vez ordenadamente e mais claro. Eram muitos difíceis de resolver. Não conseguia aguentar tantos problemas. A confusão estava a instalar-se outra vez. Eu, estava cansado e o desgasto já era muito. Adormeci…