A pedra

Corro de um lado para o outro. Corro, sei saber o que fazer. Corro…Corro… Paro, em frente a um espelho. Olho para o meu reflexo. Levo as mãos ao espelho. Parti-o. Começo a correr. Corro…Corro… Assim continuei horas a fio, sem perceber o porquê de tudo aquilo estar a acontecer. Apercebi-me que estava numa sala branca. Toda branca. Começam a aparecer pessoas à minha volta. Pessoas de branco. Olho para mim e vejo que também estou de branco. Entro em pânico e desmaio. As perguntas voam na minha cabeça, como a águia trespassa o céu atrás da presa. Acordo. Tomo consciência do que se passava. As coisas estão a acontecer, são reais. A sala branca, era um hospital e as pessoas, médicos. Não param de me observar e dar comprimidos. O espelho, o espelho, era eu. O meu eu que haverá sido morto, por mim. Tive um irmão gémeo. Percebo agora onde estou. Estou no manicómio. Nunca mais volto a ser o mesmo.
O meu irmão irritou-me e eu mandei-lhe com uma pedra à cabeça.